

O relacionamento fraternal de Freddy e Hazel se desfez quando o testamento de seus pais foi lido, revelando uma divisão injusta de suas propriedades. Mas, depois de se mudar para o lugar abandonado, Freddy descobriu uma porta secreta que levava a uma área secreta que revelava por que ele havia recebido aquela casa.
Freddy manteve a cara de pôquer como um profissional treinado. Ele não conseguiu demonstrar qualquer tipo de reação a esse momento, principalmente porque seu futuro cunhado estava se vangloriando como o gato de Cheshire ao lado da irmã de Freddy, Hazel.
“Sr. Schneider, mas por que eu fiquei com a casa principal?” Hazel interrompeu o advogado antes que ele terminasse de ler o testamento dos pais. Freddy viu seu noivo, Mark, apertando seu joelho com mais força.
“Seus pais sabiam que você merecia mais aquela casa, querida”, disse Mark, sorrindo levemente.

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“Por que ela merece mais?” A pergunta simplesmente escapou dos lábios de Freddy. Ele não queria fazer isso, mas a atitude de Mark sempre o irritava. Ele não tinha ideia do que Hazel via nele, especialmente porque todos sabiam que Mark era um oportunista.
Mark revirou os olhos com a pergunta de Freddy. “Seus pais me conheceram. Eles conhecem sua irmã, e eu tinha planos de me casar e ter filhos. Você só gosta de viajar. Você nunca trouxe uma garota para casa, então, naturalmente, a casa grande deveria ir para uma família em potencial”, ele deu de ombros, ainda triunfante.
“Mark, isso não é justo”, começou Hazel, mas ela estava usando sua típica voz tímida, que só apareceu quando ela começou a namorar o perdedor.
“É mais do que justo, querida”, insistiu Mark, rindo sem fôlego. “Por que você está me olhando desse jeito? Quer dizer, seus pais concordam, obviamente. Eles fizeram isso. Eu não.”
Freddy permaneceu quieto, mas já não tinha mais aquela cara de pôquer. O advogado aproveitou o silêncio constrangedor para terminar de ler. Quando tudo parecia estar terminado, Hazel levantou a mão como uma colegial.
“Sim, Hazel”, o Sr. Schneider sorriu para ela.
“Hmmm, talvez fosse melhor se nós dois vendêssemos essas propriedades e dividíssemos os lucros”, sugeriu ela, com a timidez dando lugar a mais coragem. Freddy se orgulhava daquela força silenciosa.
“Você só pode estar brincando”, bufou Mark. “Você vai mesmo contra a vontade dos seus pais? E qual é. Nesta situação, seu irmão poderia consertar aquela casa e ainda ganhar uma fortuna vendendo-a. Não é uma esmola idiota. É mais do que justo, considerando as circunstâncias.”

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“Mark, talvez você devesse sair”, Freddy disse calmamente.
“Então você pode convencer sua irmã a fazer algo que ela não quer?”, perguntou Mark, zombeteiro. “De jeito nenhum. Não. Doreen e Milton sabiam que Hazel adorava crescer naquela casa e sabiam que nossos filhos estariam melhor lá. Eles nunca souberam se Freddy gostaria de se estabelecer nesta cidade ou mesmo ter filhos, considerando…”
“Considerando o quê, Mark?”, perguntou Freddy, rangendo os dentes.
“Sabe de uma coisa”, ele disse, franzindo a testa.
“Não, eu não sei”, insistiu Freddy, inclinando-se para frente na cadeira.
“Senhores, por favor”, disse o advogado.
“Freddy”, Hazel alertou. “Talvez Mark esteja certo. Nossos pais eram… antiquados.”
Freddy ficou perplexo por um segundo. Um minuto antes, sua irmã sugerira a solução mais razoável. Se ambos vendessem as propriedades e dividissem os lucros pela metade, poderiam ficar com uma parte igual dos bens. Mas ela estava voltando atrás, não apenas porque seu noivo era um perdedor ganancioso, mas também porque…
“Antigo? É assim que você está chamando?”, perguntou Freddy com os lábios apertados.
“Você sabe o que eu quero dizer”, suspirou Hazel. “Eles não eram descarados sobre suas opiniões. Eles te amavam e respeitavam. Mas as coisas eram diferentes para a geração deles. Eles não sabiam como aceitar certas coisas e o que seria normal para você. Eles nunca sabiam se você teria ou poderia ter filhos dessa forma.”

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“Estamos no século XXI, Hazel. Eles poderiam assistir TV e filmes e ver como funciona”, respondeu Freddy, mal contendo a raiva.
“O Mark tem razão, Freddy”, exclamou Hazel, com a atitude aflorando. Onde estava aquele tom quando o noivo falou? “Eles me deixaram a casa grande. Você fica com a antiga casa do papai. Não é tão ruim assim. É um bairro legal. E, de qualquer forma, a decisão é deles.”
“Uma decisão que tomaram por causa de seus preconceitos?”
“Pare com isso!” Hazel franziu a testa. “Não vou permitir que você fale deles desse jeito. Eles eram velhos. As coisas eram diferentes. Eles nunca aprenderam. Você não está aqui há anos e não pode vir aqui como uma criança mimada e agir como se merecesse mais.”
“EU? Sou um pirralho mimado?”, perguntou Freddy, levantando-se e apontando para o peito. “Você é quem tem tudo. Tudo. Principalmente depois que descobriram a verdade sobre mim. Papai não conseguia mais esconder seu favoritismo, porque seu único filho não gostava de futebol e preferia teatro.”
“Ele ainda pagou por tudo das suas peças idiotas! Todos os seus figurinos!”, Hazel declarou, também se levantando da cadeira. “Você acha que foi barato?”
“Não foi nem metade do que ele pagou por você!”, disse Freddy. Ele soube imediatamente que suas palavras o faziam parecer uma criança petulante — o pirralho mimado, ela alegou —, mas era difícil contê-los. “Sempre foi injusto, e esta é a prova final. Mas você sabe que nem sempre foi assim. Começou quando minha personalidade se desenvolveu. Eles souberam de tudo desde então e mudaram.”
Os olhos de Hazel lacrimejam. “Pare”, gritou ela. “Eles eram bons pais.”
Freddy estava prestes a dizer mais alguma coisa, a descarregar a dor de todos os seus anos na irmã, mas seus olhos se voltaram para Mark. O sorriso do gato de Cheshire estava de volta, evidente e orgulhoso. O Sr. Schneider estava apenas cansado e preocupado.

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Então, Freddy mordeu a língua e acenou com as mãos. “Tudo bem. Vai levar a casa”, disse ele, resignado. Jogou o dinheiro de volta na cadeira enquanto o advogado explicava algumas coisas, como o que eles precisavam assinar.
Mark passou o braço em volta de Hazel do lado de fora do escritório, mas olhou para Freddy. “Que bom que você finalmente agiu de acordo com sua idade, Freddy. Isso é realmente o melhor. Agora você pode sair, se divertir e namorar quem quiser.”
Freddy apertou o punho, querendo dizer mais, mas o rosto da irmã o impediu. Ela havia enxugado as lágrimas enquanto o advogado voltava ao assunto jurídico e permaneceu inexpressiva naquele momento. No entanto, Hazel passou o braço em volta da cintura do noivo, gesticulando para que ela estivesse totalmente do lado dele.
Então, ele só pôde acenar firmemente para eles e ir embora.
***
Freddy se mudou para a casa abandonada assim que recebeu as chaves. Era melhor do que ele imaginava. Seu pai a comprara por um preço razoável, mas depois de se casar com Doreen, eles se mudaram para a grande mansão que Hazel herdou.
Ainda doía que seus pais não achassem que ele era bom o suficiente para recebê-la. Que diabos, eu não sou bom o suficiente para receber uma parte justa dos bens deles. Mas isso não importava mais. Era a casa nova dele, e ele tinha que aproveitá-la.
No primeiro dia, Freddy avaliou tudo o que precisava de reparos e decidiu reformar os banheiros e a cozinha. Mas, depois de pesquisar um pouco na internet sobre os custos da reforma, suspirou alto. Seriam necessários milhares de dólares para tornar o lugar habitável novamente, e isso só em mão de obra.
“Eu poderia aprender a fazer isso sozinho”, ele deu de ombros, pegando o laptop novamente. “Quão difícil pode ser?”

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Alerta de spoiler: Foi bem complicado. Mas Freddy nunca foi de recuar diante de um desafio, embora a reforma tenha sido seu projeto mais complexo. Ele era um garoto do teatro na escola e amava tudo relacionado à vida.
Quando a vida na cidade parecia pequena e fechada demais, Freddy decidiu viajar pelo mundo. Apaixonou-se pela fotografia depois de comprar uma câmera profissional em Budapeste e nunca mais olhou para trás. Trabalhou como freelancer para diversas publicações e, com a ascensão das mídias sociais, conseguiu uma renda estável.
Quando seus pais morreram repentinamente em um acidente de carro, ele voou para casa para ajudar Hazel a resolver as coisas. Freddy não fazia ideia de que seus pais já tinham organizado tudo. E o choque da herança o deixou perplexo.
Embora ele e Hazel não tivessem mantido contato constante ao longo dos anos, nunca estiveram tão distantes. Era horrível, mas defender o preconceito dos pais e assumir a posição do noivo era um pouco demais. Ela precisa se desculpar comigo. Não vou chamá-la de , Freddy prometeu a si mesmo.
Assim, eles não se falaram por meses, embora ele suspeitasse que ela ainda estivesse acompanhando suas redes sociais, onde Freddy documentou o processo de renovação, na esperança de provar que muitos estereótipos não eram verdadeiros.
Ele estava usando as mãos, e quase parecia fazer uma obra de arte também. Escolher as peças e colocá-las na melhor disposição não parecia uma tarefa reservada apenas para homens machistas.
“Viu? Um garoto do teatro sem calos nos dedos também consegue fazer isso”, disse Freddy depois de terminar uma parede. “Mas, nossa, dá tanto trabalho!”

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Duas semanas depois, Freddy terminou a cozinha e foi para os banheiros. Mas ficou olhando para o banheiro principal por um longo tempo, suspirando. Reformar dava muito trabalho, e o banheiro parecia mais complicado do que trocar alguns armários e os azulejos. Talvez ele devesse investir dinheiro em reformadores profissionais.
“Hmmm, talvez eu possa fazer outra coisa”, pensou ele, andando pela casa, falando consigo mesmo. “Os quartos precisam de tinta nova, com certeza. E o chão. Espera, o que é isso?”
Freddy tinha acabado de entrar em um pequeno cômodo, que devia ser destinado a um escritório. Mas era a primeira vez que ele olhava para dentro e via uma saliência estranha em um canto. “Argh, não me diga que este chão está podre ou algo assim. Quanto isso vai custar?”, lamentou, pensando que o resto da herança teria que ser gasto em obras de verdade.
Ele dobrou um joelho e tocou o estranho desnível no assoalho, e surpreendentemente, sua mão atravessou o chão. “Eca! Está podre”, observou Freddy, limpando as mãos. Mas quando se concentrou novamente, percebeu um estranho vazio que não deveria existir.
“O quê?”, Freddy murmurou em voz alta e pegou o celular. Com a lanterna, olhou melhor e viu… escadas que levavam à escuridão.
“NÃO! NÃO! NÃO!”, disse ele, levantando-se e indo embora. Seus pés o levaram direto para o armário, balançando a cabeça. Então, ele desenterrou um cobertor e voltou para cobrir o buraco. “Não, senhor! Nenhum Bárbaro vai tirar esse pirralho daqui!”
Ele saiu, fechou a porta com força, colocou uma cadeira contra ela e foi para seu quarto.
“Vamos reformar esse banheiro!” Freddy exclamou e tentou tirar aquela escada da cabeça.

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***
“Sr. Schneider, como encontro as plantas desta casa?”, Freddy perguntou ao advogado dias depois. Embora tentasse não pensar na escada, era impossível. Mas ele não teve coragem de remover o resto das tábuas podres do piso e descer.
“Ah, acho que você pode encontrar um na prefeitura. Por quê? Tem algo errado com a casa?”, perguntou-se o Sr. Schneider.
“Não. Bem”, ele fez uma pausa. O que poderia dizer? “Acho que descobri um porão, mas estava bem escondido debaixo do chão. E eu não queria explorar. Sabe, em filmes de terror, quando você começa a gritar com a garota para não entrar naquele quarto escuro ou descer as escadas? Foi assim que me senti.”
“Entendo. Mas se estiver lá, provavelmente era um porão”, comentou o Sr. Schneider, despreocupado. “A antiga casa do meu pai tinha um abrigo antiaéreo que só descobrimos quando ele morreu. Construímos durante a Primeira Guerra Mundial.”
“E quantos anos tem essa casa?” perguntou Freddy.
“Não tenho certeza”, respondeu o advogado. “Eu poderia dar uma pesquisada. Talvez eu consiga encontrar as plantas para você, Freddy.”
“Obrigado, Sr. Schneider”, suspirou ele, feliz. “Também estou reformando por conta própria, então preciso saber o que tem lá embaixo.”
“Eu sei. Minha filha segue seu Instagram”, riu o Sr. Schneider. “Me dá uns dias.”
Vários dias depois, o Sr. Schneider enviou as plantas baixas e, como se suspeitava, a casa sempre teve um porão. Mas, em vez de adicionar uma porta como em qualquer outra casa, eles colocaram a escada sob uma espécie de alçapão.

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“Isso pode ter sido um pedido do dono original”, especulou o advogado, mas eles não tinham como descobrir a verdade. “Você não precisa procurar lá embaixo. Basta recolocar a portinhola e esquecer.”
Mas Freddy não conseguia esquecer. Algo em sua mente o atingiu, como se aquele quarto lá embaixo fosse o motivo pelo qual seus pais lhe deram aquela casa. Também poderia ser uma ilusão da parte dele. Ele queria ter uma imagem melhor deles.
Então, ele pegou um martelo de corte e destruiu todas as partes podres, que correspondiam ao tamanho da escotilha. O resto do chão parecia normal. “Ah, cara. Aposto que está inundado lá embaixo”, murmurou Freddy enquanto começava a descer.
Ele estava com a lanterna do celular na mão e sentia o cheiro forte de mofo e umidade no ar. “Ótimo, vai dar mais dinheiro”, murmurou ao chegar ao pé da escada. Pelo que percebeu, era apenas um quarto comum.
Só que… havia uma escrivaninha no meio, cheia de papéis e uma máquina de escrever antiquada. “Assustador, mas… interessante”, murmurou Freddy, revirando os olhos ao pensar que ele tinha sido a típica protagonista feminina de um filme de terror.
Mas isso era muito interessante. Será que o papai conhecia esse lugar?, Freddy se perguntou enquanto pegava uma das folhas sobre a mesa. Havia um pequeno poema, e no final da página, ele viu o nome Milton .
“Ele escreveu isso?”, perguntou ao vazio. Outros jornais tinham mais poemas, alguns mais longos que outros, mas todos tinham o nome do pai de Freddy no final. Apenas o primeiro nome. O sorriso que se abriu em seu rosto era lindo. Seu pai fora poeta e escritor. Parecia impossível.
Freddy pegou um monte de papéis, empilhou-os para levar para cima, mas inesperadamente revelou uma caixa ornamentada. “Ah, outro segredo”, sussurrou, animado. Colocou os papéis debaixo do braço e pegou a caixa.

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Seus pés o levaram apressadamente para o andar de cima. Deitou-se na cama, lendo as palavras que seu falecido pai havia escrito. Eram lindas e algumas muito mais floridas do que Freddy imaginava. Algumas eram de cortar a respiração, e sua profundidade era chocante.
O pai de Freddy, com seus valores conservadores e antiquados, tinha sido um artista, assim como o filho. “O que aconteceu?”, sussurrou, esfregando o queixo. Finalmente, largou as folhas de papel e se lembrou da caixa ornamentada.
O trinco estava um pouco emperrado e enferrujado, mas Freddy o abriu e espirrou na poeira que se acumulava. Depois de piscar, viu mais páginas guardadas ordenadamente no interior. Elas tinham amarelado com o passar dos anos, mas estavam em muito melhor estado do que os poemas espalhados.
E então, Freddy percebeu o que eram… páginas de um livro, um romance completo que seu pai havia escrito e guardado por toda a vida.
“É por isso que eles mantiveram este lugar?”, ele se perguntou e se lembrou das últimas palavras que seu pai lhe disse antes de sair de casa:
“Um dia você vai entender.”
Na época, ele achou que tinha algo a ver com os preconceitos deles e por que o tratavam de forma tão diferente. Mas agora…
Então, Freddy se organizou melhor para começar a ler o romance. Os poemas foram deixados de lado, pois não queria que nada atrapalhasse a ordem. Depois de algumas horas lendo as palavras mais fascinantes que Freddy vira em anos, percebeu algo ainda mais chocante do que a escadaria de filme de terror, os poemas secretos e a caixa ornamentada.
Este livro era uma história de amor entre dois homens. O poder das descrições e a angústia contidas nessas frases abalaram Freddy profundamente. “O que isso significa?”, perguntou ele, com as mãos coçando para chamar Hazel. Mas ele logo se lembrou da briga deles.
Ela sabia disso? A mãe sabia? Por que o pai escreveu isso? Por que ele manteve isso em segredo?
Com um sobressalto, Freddy entendeu a verdade. Seu pai escondia uma grande parte de si mesmo. Talvez ele tivesse mentido a vida toda, e quando seu próprio filho demonstrou as mesmas inclinações, ele ficou furioso.
Ao contrário dele, Freddy podia ser ele mesmo em toda a sua glória. Podia namorar em público e ser uma criança diferente, porque o mundo era muito diferente. Papai se ressentia de mim ou da época dele? Ele gostaria de ter vivido como eu?

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Mais uma vez, Freddy desejou desesperadamente ligar para Hazel; desta vez, não se conteve. O telefone tocou várias vezes antes que ele percebesse que era 1h da manhã, mas ela atendeu antes que ele pudesse desligar.
“Freddy?! Está tudo bem?”, perguntou Hazel, parecendo sonolenta e preocupada.
“Meu Deus, Hazel, não vi as horas. Me desculpe”, desculpou-se ele.
“Não, não se preocupe. O que houve?”
“Hazie, acabei de descobrir uma coisa e preciso te mostrar”, disse Freddy, engolindo em seco. “Acho que é o verdadeiro motivo pelo qual o papai me deixou esta casa. Foi decisão do papai, não da mamãe. Tenho certeza.”
“Freddy, não quero ouvir de novo o quanto nossos pais foram preconceituosos”, disse Hazel, cansada. “Quero fazer as pazes com você, então não vamos tocar nesse assunto.”
“Ele ainda está reclamando da casa? Que fofura!” Freddy ouviu Mark ao fundo, em seu jeito irritante. Mas tentou ignorar.
“Hazie, venha à minha casa amanhã. Sem ele”, disse Freddy, tenso. “Isso é importante e deve ficar entre nós por enquanto.”
“Você pode me contar só um pouquinho?”
“Não, Hazie. Por favor. É algo muito grande para dizer pelo telefone no meio da noite”, ele suspirou, um pouco frustrado.

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“O que ele está perguntando?” A voz de Mark soou mais alta desta vez. Hazel lhe disse algo longe do telefone, e ele estava obviamente discutindo com ela. Depois de uma breve discussão, sua voz saiu cristalina. “Do que se trata, Freddy?”
“Não é da sua conta”, ele respondeu.
“Você está falando com a minha esposa. É problema meu.”
“Noiva”, corrigiu Freddy, desejando silenciosamente que Hazel finalmente se livrasse dele.
“É a mesma coisa.”
“Na verdade, não”, insistiu ele. “E, de qualquer forma, isso é coisa de irmãos. Volta a dormir nos lençóis egípcios caros que você não precisou comprar, seu aproveitador.”
“O QUE VOCÊ—”
Freddy desligou e imediatamente colocou o celular no modo avião. Olhando para o quarto, iluminado apenas pelo abajur na mesa de cabeceira, ele se perguntou se Hazel deveria saber disso. Por algum motivo, não queria que Mark soubesse de nada. Era muito… íntimo. O segredo do pai deles não era algo que ele quisesse discutir com ele.
Mas mesmo que Hazel viesse sozinha, ela certamente lhe contaria mais tarde ou a manipularia até que o fizesse. Freddy se perguntou pela milionésima vez por que ela ainda estava com ele. Ele era controlador, oportunista, desempregado em série e nada charmoso.
Sua mente se voltou para outras vias. Sua irmã estava sofrendo abuso? Freddy balançou a cabeça, sem realmente acreditar. Mark tinha pouca ou nenhuma coragem, então era fácil ignorar esse pensamento. Mas se ela atendesse às suas palavras por algum milagre e viesse sozinha, ele a convidaria.

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***
Os olhos de Freddy se arregalaram ao ver Hazel parada do lado de fora de casa… sozinha. “Você realmente veio aqui sozinha?”, perguntou ele, sem conseguir esconder a surpresa.
“É”, ela revirou os olhos. “Apesar do que você pensa, o Mark não me controla.”
“Você poderia ter me enganado”, ele brincou.
Hazel estreitou os olhos. “Eu vou embora se isso for mais uma briga por causa da herança”, disse ela, cruzando os braços. “Acho que me deixaram a casa porque eu sempre conversava com a mamãe sobre criar os filhos em um lugar parecido. Nossos pais não eram muito entendidos em questões sociais, mas sabiam que eu e o Mark não teríamos conseguido comprar uma casa como aquela.”
Freddy fez um gesto para que ela entrasse. “Eu sei que você ama aquela casa e sempre amou”, começou ele, pigarreando. “Mas não acho que seja por isso que você a comprou. Ou talvez seja. Tanto faz. Mas eu sei, do fundo do meu coração, que meu pai queria que eu tivesse esta casa por um motivo totalmente diferente.”
Hazel franziu os lábios. “Pai? Você e o pai eram como água e óleo.”
“Mas acho que sei o porquê, Hazie”, disse Freddy, começando a sorrir. Hazel sorriu de volta, e, como qualquer outro irmão, a briga deles foi esquecida. “Deixa eu te mostrar.”
Ele gesticulou para que ela esperasse e foi para o quarto, pegando os poemas e a caixa ornamentada onde havia guardado o romance depois de lê-lo. Ao retornar, viu Hazel olhando ao redor da nova cozinha, distraindo-o por um segundo. “Gostou?”

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“Não acredito que você fez tudo isso sozinha”, disse ela. “Tem o seu gosto, mas eu sempre achei mais difícil e áspero demais.”
“Eu também”, Freddy deu de ombros. “Algumas coisas foram bem difíceis. Tive que forçar algumas coisas e acabei sofrendo alguns cortes. Mesmo assim, foi divertido.” Ele deu de ombros.
“Estou impressionada e, se você continuar assim, esta casa ficará incrível”, Hazel assentiu, tocando os novos azulejos.
“Venha aqui”, Freddy voltou ao assunto. “Ok, então. Quando terminei a cozinha, estava tão cansado que a perspectiva de arrumar os banheiros sozinho era impossível. Então, comecei a detalhar os outros cômodos desta casa. Aquele”, apontou para o corredor, “parece um escritório, eu acho.”
“Ah, o que é isso?” Os olhos de Hazel se arregalaram enquanto ela olhava para dentro do quarto, e ela notou o buraco no chão.
“Essa é a surpresa. Esta casa tinha um porão escondido. Estava nos planos originais — o Sr. Schneider os adquiriu para mim —, mas a escotilha estava podre. No começo, eu nem queria descer lá. Mas tive um pressentimento”, Freddy começou a explicar.
“Você está louco? Isso é um filme de terror?”
“Viu? Você e eu estamos na mesma sintonia porque foi exatamente isso que eu pensei”, disse ele, rindo alto. “Mesmo assim, eu desci e encontrei tudo isso. Olha.”
Hazel pegou os papéis e os examinou. “Poemas? Ah, esses são lindos.”
“Certo? Tem uma máquina de escrever lá embaixo também”, continuou Freddy. “Mas olhe lá embaixo.
“Milton”, ela leu. “MILTON? PAI?”

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“Exatamente!” Freddy estalou os dedos.
“Não! De jeito nenhum”, Hazel sorriu com o queixo caído enquanto passava os papéis mais rapidamente.
“Mas tem mais, Hazie”, Freddy chamou sua atenção. “Isso. Papai escreveu um romance inteiro.”
“Você está brincando”, ela sussurrou com os olhos arregalados.
“Aqui”, Freddy abriu a caixa. Eles se sentaram no sofá velho para que Hazel pudesse analisar melhor. “Passei a noite toda lendo. Estava na metade quando liguei para você porque algo ficou claro.”
“O quê?”, perguntou-se sua irmã, folheando os papéis.
“Hazie, é uma história de amor”, disse Freddy cuidadosamente.
“Ah, que lindo”, ela comentou, sem entender. “Me pergunto por que ele nunca publicou.”
“Hazie”, insistiu ele, esperando até que a irmã erguesse os olhos. “É uma história de amor entre dois homens que vão para a guerra.”
Hazel não reagiu por meio minuto enquanto digeria as palavras dele. “Isso… não… é possível”, murmurou ela.
“É verdade. Eu já terminei.”
“Mas o papai era… quer dizer”, ela parou de falar e umedeceu os lábios. “Não quero dizer a palavra, mas o papai tinha opiniões muito fortes — negativas — sobre relacionamentos entre casais do mesmo sexo.”
“Era sobre isso que eu queria falar com você, Hazie”, Freddy murmurou, mas olhou nos olhos dela em vez de dizer qualquer outra coisa.

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Ela franziu a testa a princípio, mas a implicação era óbvia demais. “Frederick! Isso é ainda mais impossível! Não!”
“Você não vê?”, perguntou ele, balançando a cabeça. “É a resposta para a herança. Papai me deu esta casa porque queria que eu descobrisse esta história.”
Hazel soltou um suspiro, colocou a caixa ornamentada e os papéis na mesa de centro e se levantou. Suas mãos estavam na cintura enquanto ela andava de um lado para o outro na sala de estar. “Não, não, não, não…”, murmurou. “Olha, é óbvio. Não tenho nada contra você. Eu te amo, e quem você ama é apenas parte de quem você é. Mas pai… ser gay é inacreditável.”
“Eu sei. Foi por isso que liguei, mas quero que você leia e absorva este livro”, disse Freddy, tocando a caixa. “Acho que meu pai estava passando por muitas dificuldades e teve que viver uma vida secreta porque os tempos eram diferentes. Acho que ele projetou tudo o que sentia — sua autoaversão — em mim, porque eu era livre para fazer o que quisesse.”
Hazel parou de andar de um lado para o outro, e seus olhos estavam cheios de dor. “E a mamãe? Ele se forçou a se casar com ela e ter uma família?”, lamentou.
“Não, Hazie. Acho que ele a amava, mas era diferente”, Freddy a acalmou.
“Faz sentido”, Hazel finalmente suspirou. “Quero dizer, a sua teoria sobre a casa. Papai queria que você descobrisse mais sobre ele, o que significa que ele nunca teve nada contra você. Ele só estava lidando com muita coisa.”
“Não estou exatamente feliz com a forma como ele me tratou a vida toda, mas agora entendo um pouco”, explicou Freddy. “Mas este livro, Hazie, me faz pensar que ele amava muito alguém. Sei que meu pai nunca foi para a guerra, mas talvez ele tenha usado a guerra como metáfora para outra coisa. Quero que você leia isso e, se concordar, quero publicar com o nome dele e tudo.”

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“Meu Deus”, a voz de Hazel falhou. “Parece lindo.”
“Hazie, mas… hmmm… não quero que você conte ao seu noivo ainda”, afirmou Freddy.
“Por que?”
“Os comentários do Mark no escritório do Sr. Schneider foram preocupantes, mana”, respondeu ele. “E você sabe que eu não gosto dele como pessoa, nem como seu futuro marido. Isso é problema nosso, não dele.”
A porta da frente se abriu com força, lembrando a Freddy que eles nunca a haviam fechado. Mas aquele era um bairro agradável. No entanto, a figura de Mark também estava em sua sala de estar, e sua voz era alta e áspera quando ele perguntou: “O que você está tentando fazer minha esposa esconder de mim?!”
“Futura esposa”, Freddy murmurou, impassível.
Mark cerrou os dentes, mas Hazel não o deixou dizer nada ao irmão.
“Mark! O que você está fazendo aqui?”, perguntou Hazel, decepcionada. “Eu disse que precisava falar com meu irmão.”
“Estou aqui porque você está prestes a se casar comigo, e tenho o direito de saber o que está acontecendo!”, choramingou Mark, já que não tinha desculpa para vir até aqui. “Vejo que ele está te obrigando a esconder coisas do seu futuro marido. Isso não é saudável!”
“Ele não está me pedindo para esconder nada”, Hazel revirou os olhos. “Ele me contou algo que não quer que os outros saibam agora. Sabe, algo particular!”

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“Você revirou os olhos para mim?”, perguntou Mark e deu um passo para mais perto dela.
“Eu não faria isso”, Freddy avisou enquanto caminhava para ficar na frente da irmã.
Mark deu uma risada. “O quê? Você acha que eu ia machucá-la? HA! Você está louco!”
Freddy deu de ombros. “Não me importa como você me chame. Agora, saia da minha casa antes que eu chame a polícia. Você não foi convidado e acabou de invadir.”
“Eu não arrombei!”, retrucou Mark, com os olhos arregalados. “Estava aberta!”
“Tudo bem, invasão de propriedade, então”, admitiu Freddy. “De qualquer forma, vou chamar a polícia.”
“Sou seu cunhado!”
“Ainda não”, acrescentou Freddy, virando a cabeça para procurar o celular. “E espero que nunca.”
“Hazel! Você vai deixar ele falar comigo desse jeito?”, perguntou Mark, ofendido.
“É a casa dele, Mark”, disse Hazel, com naturalidade. “Você não foi convidado e simplesmente entrou. Vá para casa, agora.”
“Como é?”, disse ele, dando um passo para trás. Sua expressão era a imagem de uma falsa vitimização. “Vejo que seu irmão está mais uma vez envenenando sua mente contra mim. É por isso que seus pais não quiseram dar a casa a ele, para que você não tivesse que lidar com ele novamente.”
Freddy finalmente encontrou seu telefone e ligou para a polícia.

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Hazel suspirou. “Você não tem ideia do que está falando. Por favor, eu te conto na hora certa”, disse ela calmamente. “Isso é só uma coisa entre irmãos.”
“Eu não me importo!”, gritou Mark, petulante. Seus olhos se voltaram para os papéis no sofá e seu corpo se apressou em sua busca. “Que segredo é esse? Está nesses papéis, certo?” Suas mãos pegaram as folhas e começaram a manuseá-las descuidadamente.
“Mark! Cuidado!” Hazel exclamou, preocupada.
Freddy jogou o celular fora e agarrou os braços de Mark com força. “Solte-os! AGORA!”, gritou na cara do futuro cunhado, demonstrando seu desprezo pelo perdedor desempregado. Apertou ainda mais os braços de Mark.
“Hazel, diga a ele que está me machucando!”, choramingou Mark, e Freddy sabia que ele estava com medo. “Vou prestar queixa se você continuar com isso!”
“SOLTA, IDIOTA SEM CORAGEM!” Freddy exigiu novamente, irritado.
“Mark! FAÇA ISSO! Isso é importante! Solte!” Hazel implorou, puxando o noivo pelos braços.
Finalmente, suas mãos se abriram e os papéis voaram de volta para o sofá. Freddy se moveu rapidamente, empilhando-os e segurando-os perto do coração, junto com a caixa ornamentada.
“Não vou dizer isso de novo”, avisou Freddy, sentindo o peito subir e descer com a força do esforço e da raiva. “Saia da minha casa!”
“NÃO! EU EXIJO SABER O QUE É ISSO!” Mark gritou, mas imediatamente se calou, pensando em algo. “Entendo! Você encontrou algo nesta casa! Vale muito dinheiro! E você não quer compartilhar!”

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Freddy respirava pesadamente enquanto Hazel batia de leve no braço de Mark. “Você é louco? E, de qualquer forma, se Freddy encontrasse alguma coisa aqui, seria legalmente dele”, comentou ela.
“Cala a boca! Você não vê? Ele está tentando nos ferrar de novo, como queria com a casa. Tentou te manipular para vender seu lugar favorito no mundo”, insistiu Mark, sorrindo enquanto se irritava. Essa sempre foi a tática dele: confundir e manipular a noiva para conseguir o que quer. “E sejam lá o que forem, ele está fazendo você esconder de mim para que eu não aja no seu melhor interesse.”
Freddy revirou os olhos, mas Hazel permaneceu em silêncio. ” Diga-me que ela não está caindo nessa” , implorou aos céus.
“Você sabe que eu estou certo, querida”, disse Mark, aproximando-se do ouvido de Hazel. “Ele sempre me odiou porque você me ama mais do que a ele. E ele está tentando nos separar.”
“Hazie, me diga que você não está caindo nessa”, Freddy cruzou os braços. “Mesmo se você estivesse namorando um cara legal de verdade, eu não o teria convidado hoje. Este segredo é precioso demais para qualquer outra pessoa.”
“Viu? Viu? Ele fica me insultando sem se importar”, Mark apontou para ele, acusadoramente. “E você concorda com isso? Querida, você e eu somos parceiros. Nós nos amamos. Vamos ter uma família. Eu não gostaria que meus filhos ficassem perto de alguém que fala mal de mim.”
“Isso é ridículo!” Freddy exclamou, ficando ainda mais irritado com o silêncio da irmã.
“Vamos lá, querida. Me conta o segredo. Se for dinheiro, a gente contrata o nosso próprio advogado, não aquele idiota do Schneider. A gente pega o que ele tiver”, continuou Mark, sorrindo largamente. Mas ele cometeu um erro ao revelar seu verdadeiro propósito: descobrir se havia dinheiro envolvido.
“CHEGA!” Hazel gritou e o empurrou. Mark perdeu o equilíbrio e caiu no sofá. “Meu Deus, estou tão cansado de você! Não acredito quanto tempo tenho lidado com a sua idiotice!”

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“O quê?” Mark soluçou, olhando surpreso para sua noiva.
“ACABAMOS!” ela continuou gritando. “Você só se importava com dinheiro! O tempo todo! Você bajulava meu pai e reclamava quando ele não te ajudava a conseguir o emprego que queria. Sabe por que ele fez isso? Porque ele te odiava! A mamãe também te odiava, não só o Freddy. Eles só estavam tentando ser legais!”
As enchentes se abriram, e Hazel não parou. Ela reclamou de tudo o que ele já tinha feito que demonstrasse quem ele realmente era, incluindo o fato de ter pedido a mão dela em casamento e não ter conseguido um emprego desde então. “Você achou que estava seguro agora com o dinheiro da minha família!”
Mark apenas ficou sentado ali, olhando para Freddy com os olhos arregalados. Se estivesse procurando ajuda, certamente não a encontraria nele. Hazel levantou outras questões, algumas das quais fizeram Freddy rir, mas ele tentou encobri-las.
“Tudo isso é influência do seu irmão!” Mark interrompeu.
“NÃO! ISSO É TUDO EU! TUDO EU!” Hazel gritou para o ar antes de perder a força. “Finalmente EU! De novo! Não acredito em todos os sinais de alerta que ignorei. Por quê? Por medo de ficar sozinha? Isso não faz sentido.”
Ela respirou fundo e se virou para Freddy. “Sinto muito pela casa. Eu sempre quis ficar com ela, mas pensei em vendê-la quando o Sr. Schneider leu o testamento. Agora entendo o porquê. É porque eu não queria que ele morasse lá”, Hazel apontou para Mark.
“Ah, Hazie”, disse Freddy, mordendo o lábio.
“Mas mamãe e papai se foram. Eu não sabia se você voaria de novo em suas aventuras”, ela gritou abertamente. “Achei que estava presa. Mas não estou. Se meu pai foi forte o suficiente para lhe contar a verdade do seu jeito sorrateiro, eu sou forte o suficiente para finalmente me livrar desse… desse… desse perdedor!”

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“Hazel!” Mark questionou, levantando-se do sofá.
“Saia daqui e da minha casa!” Hazel exigiu friamente.
“A casa também é minha!”
“Nós não somos casados!”
“Eu vou lutar com você nisso!”
“Vou ligar para o Sr. Schneider agora mesmo”, anunciou Freddy e não hesitou em ligar para o advogado para explicar a situação.
“Finalmente”, sussurrou o homem mais velho. “Considere resolvido.”
“MEU ANEL! QUERO MEU ANEL DE VOLTA!” Mark insistiu, parecendo perdido e sem noção.
“Seu anel? Era o anel da minha avó! E É MEU!” Hazel gritou, mas desta vez agarrou o braço dele e começou a puxá-lo para a porta.
“Freddy, diga a ela que ela é louca”, implorou o verme sem espinha, e Freddy não conseguiu apenas rir na cara dele.
“Ela finalmente está sã. Já vai tarde, perdedor!”, disse ele, em tom de brincadeira, até Mark sair e Hazel bater a porta na cara dele. Ela se encostou na porta e recuperou o fôlego.
“Acho que preciso ficar aqui até o Sr. Schneider se livrar dele”, disse Hazel calmamente.
“Fiquem o tempo que precisarem”, disse Freddy, abrindo bem os braços. Ela correu para eles.

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“Obrigado.”
“Obrigado por finalmente sair desse transe”, ele suspirou em seu cabelo.
“Agora”, Hazel se afastou. “Podemos pedir comida chinesa? Quero sentar, comer e ler o romance do papai.”
“Negócio.”
***
Foi surpreendentemente fácil publicar o romance do pai deles. Freddy contatou algumas editoras com proprietários LGBTQ+ e contou-lhes toda a história. Eles se interessaram imediatamente e ofereceram a ele e a Hazel um bom acordo.
Ela também terminou de ler uma noite e chorou nos braços de Freddy. “Gostaria que ele tivesse vivido sua verdadeira identidade sem dor, preconceito ou preocupação.”
“Eu também”, ele chorou um pouco.
“Sinto muito que ele tenha projetado toda essa frustração em você, Freddy”, desculpou-se Hazel, e ele apenas assentiu.
Quando o dinheiro chegou, Hazel deu a Freddy a sua parte. “Eu quero ficar com a casa grande. Papai também te deu isso. Então, você deve ficar com esse dinheiro.”
“Hazie, você tem certeza?”, perguntou ele, preocupado. “Isso pode ser um sucesso.”
“Ei, se alguém quiser fazer um filme, eu quero participar”, riu a irmã dele. “Mas os royalties do livro são todos seus.”

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O Sr. Schneider cumpriu sua promessa, garantindo que Mark nunca mais os incomodaria. Ouviram boatos de que ele havia se mudado, provavelmente para encontrar outra mulher rica para manipular. Não importava, desde que ele nunca mais contatasse Hazel.
Freddy terminou de reformar a casa e sentiu vontade de viajar novamente, então alugou a casa para um casal simpático e ficou lá por quase um ano. Quando voltou, Hazel já estava namorando um cara novo, bem-sucedido, responsável e um ser humano decente. Ele também adorava a irmã de Freddy, e era só isso que importava.
O livro foi publicado, mas não foi um grande sucesso. Ainda assim, recebeu excelentes críticas e, ao retornar, Freddy decidiu publicar também os poemas dispersos. Mas ele incluiu um prólogo com a história completa porque o mundo precisava saber o quanto era importante deixar as pessoas amarem quem elas amam.
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Este artigo é inspirado em histórias do cotidiano de nossos leitores e escrito por um escritor profissional. Qualquer semelhança com nomes ou locais reais é mera coincidência. Todas as imagens são meramente ilustrativas. Compartilhe sua história conosco; talvez ela mude a vida de alguém. Se você quiser compartilhar sua história, envie para info@amomama.com .
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