

Sou pai solteiro de meninas de quatro e cinco anos. Minha esposa nos deixou para viajar pelo mundo. Ser pai solteiro é difícil porque, além de trabalhar, tenho que cozinhar, levá-las à creche e cuidar delas em casa. Elas significam tudo para mim, mas estou sempre exausto.
Recentemente, acordei como de costume, vesti minhas filhas e fui até a cozinha para despejar leite sobre o mingau de aveia delas. Imagine minha surpresa ao ver três pratos de panquecas fresquinhas com geleia e frutas nos esperando na mesa. Preocupada, verifiquei a casa em busca de visitas indesejadas e liguei para meus parentes para ver se tinham passado por lá.
Para meu espanto, não encontrei ninguém em casa, e todos os meus parentes disseram que não tinham vindo naquela manhã. Provei as panquecas antes de dá-las às crianças, e elas estavam ótimas. Tomamos café da manhã e eu as levei para a creche. Intrigada, corri para o trabalho.
Quando voltei para casa à noite, fiquei surpreso ao descobrir que a grama havia sido aparada. Eu não tivera tempo de apará-la por causa do trabalho. Minha curiosidade era avassaladora e decidi descobrir quem era esse benfeitor.
Na manhã seguinte, acordei mais cedo que o normal e me escondi na cozinha.
Não precisei esperar muito.
Pontualmente às 5h20, ouvi a porta lateral se abrir suavemente. Meu coração disparou — peguei a vassoura só por precaução — e espiei pela porta.
E lá estava ela.
Era a filha da minha vizinha, Reina. Ela tem uns dezessete anos, é quietinha e costuma ficar com o nariz enfiado num livro. Eu nem percebi que ela sabia da nossa existência, além de um aceno ocasional.
Ela se moveu como se já tivesse feito aquilo antes. Vestiu um avental, prendeu o cabelo e começou a bater a massa de panqueca como se fosse parte da sua rotina diária. Saí em silêncio.
“Reina?”
Ela congelou.
“Ah… uh… oi, Sr. Lorne. Eu não queria te assustar.”
Pisquei, ainda processando. “O que você está fazendo?”
Ela olhou para baixo, meio envergonhada. “Notei que você tem… se esforçado. Você sempre parece tão cansada, e vejo as meninas brincando sozinhas no quintal enquanto você trabalha em alguma coisa ou fala ao telefone. Minha mãe também foi embora quando eu era pequena. Então, pensei que poderia ajudar. Não queria deixar as coisas estranhas.”
Fiquei sem palavras por um segundo. Nenhum adulto havia me oferecido ajuda daquela forma. E lá estava uma adolescente — que não me devia nada — acordando antes do amanhecer para preparar panquecas para os meus filhos.
“Por que você simplesmente não bateu?”, perguntei gentilmente.
“Eu não queria que você sentisse pena. Só pensei… se eu fizesse uma situação tipo ‘duende de cozinha’, talvez as coisas ficassem mais fáceis sem serem constrangedoras.”
Dei uma risadinha. “Um verdadeiro elfo da cozinha, hein?”
Ela sorriu.
Depois disso, insisti para que ela não entrasse mais escondida, mas viesse sem ser incomodada — em um horário decente. Ofereci-me para pagar também, e ela recusou a princípio. Disse que não era por dinheiro. Mas eu insisti, e combinamos um “bônus de babá e café da manhã”. Conversei com o pai dela também, só para garantir que estava tudo bem da parte deles.
Nas semanas seguintes, Reina se tornou mais como uma família. Ela ajudava com o café da manhã algumas vezes por semana e ficava com as meninas enquanto eu colocava o trabalho em dia ou simplesmente dava uma pausa. Certa noite, enquanto eu a observava ler “A Lagarta Muito Comilona” para o meu filho mais novo na varanda, sinceramente senti que finalmente conseguia respirar.
Mas aqui está a reviravolta que eu não esperava.
Num sábado, Reina apareceu pálida. Perguntou se podíamos conversar.
“Meu pai vai ser transferido a trabalho. Vamos nos mudar para o outro lado do país em três semanas.”
Isso foi mais difícil do que eu esperava.
Não falei muita coisa naquele momento, apenas assenti. Ainda tínhamos três semanas, pensei. Não queria desperdiçá-las.
Durante esse tempo, vi o quanto Reina tinha se apegado às minhas filhas — e o quanto elas a adoravam. E ela as amava de volta. Na última manhã que passou conosco, ela trouxe um álbum de fotos que havia feito com bilhetinhos e adesivos, fotos delas assando, colorindo, rindo no quintal.
“Quero que se lembrem de mim”, disse ela, com lágrimas nos olhos. “E quero que se lembrem de como você é forte. Você está indo muito bem, Sr. Lorne.”
Isso me destruiu.
Depois que eles foram embora, foi difícil. As meninas perguntaram sobre a Reina por semanas. Voltei a queimar torradas e a tentar não chorar no café. Mas algo em mim havia mudado. Eu não estava mais sozinha — eu tinha a prova de que as pessoas se importavam. Que a gentileza podia aparecer de maneiras inesperadas. Que às vezes a ajuda não vem de onde você espera, mas ainda significa tudo.
Alguns meses depois, criei um grupo de café da manhã de fim de semana com outros pais solteiros da região. Nós revezamos de casa, cozinhamos juntos e deixamos as crianças brincarem. Acho que a Reina acendeu uma chama em mim — não apenas para aceitar ajuda, mas para oferecê-la.
E se você está lendo isso, talvez considere isso um sinal: um pequeno gesto, mesmo que sejam panquecas às 5 da manhã, pode ser a salvação para alguém. Não subestime as maneiras silenciosas pelas quais você pode mudar o dia de alguém… ou a vida.
Compartilhe isso se te emocionou — quem sabe quem precisa ouvir isso hoje. ❤️
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