

Notei-o no instante em que embarquei.
Era impossível não notar o chapéu de cowboy. A aba larga, ligeiramente inclinada para a frente, lançava uma sombra sobre suas feições angulosas e ásperas. E havia também seu corpo — magro, ombros largos, o peito praticamente transbordando pela camiseta justa. Não se vê homens assim em voos comerciais. Pelo menos não na classe econômica.
Tentei não encarar, mas toda vez que olhava em sua direção, ele já estava me olhando. Não de um jeito assustador — mais como… me estudando. Como se soubesse de algo que eu não sabia.
Quando o avião nivelou, peguei meu livro, fingindo ler. Meu coração batia forte por razões que eu não conseguia explicar.
Foi quando a comissária de bordo se aproximou dele.
“Outro bourbon, Sr. Maddox?” ela perguntou suavemente.
Ele assentiu sem desviar o olhar. Maddox. Repeti o nome mentalmente. Parecia perigoso.
Eu ficava me perguntando: Será que eu o conheço? Mas tinha certeza de que não.
Então, no meio do voo, a turbulência chegou. O avião deu um solavanco forte. Meu estômago embrulhou e, instintivamente, agarrei o apoio de braço.
De repente, ele estava parado ao meu lado. “A senhora está bem?” Sua voz era profunda, calma, quase íntima.
Engoli em seco. “Eu… é. Só não sou muito boa em voar.”
Ele deu um leve sorriso, como se achasse meu medo… cativante? Ou útil? Não consegui dizer.
Então ele se inclinou, em voz baixa: “Você não deveria ficar nervoso com a turbulência.”
Pisquei. “Por que não?”
Ele olhou ao redor e baixou ainda mais a voz.
“Porque não é com isso que você deveria se preocupar.”
Fiquei sem fôlego. O que isso significava?
Antes que eu pudesse responder, ele voltou para seu assento, cruzando os braços, sem nunca quebrar o contato visual.
Os trinta minutos seguintes foram uma tortura. Minha mente a mil. Com o que eu deveria estar preocupada? Ele era algum tipo de ameaça? Ou estava me alertando sobre outra coisa? Eu o encarava sem parar, e todas as vezes seus olhos estavam fixos nos meus, como se ele estivesse esperando que eu descobrisse.
Por fim, incapaz de aguentar mais, levantei-me e fui em direção ao banheiro, na esperança de clarear a mente. Mas, ao passar pela fileira dele, ele estendeu a mão e agarrou meu braço delicadamente.
“Senhorita”, ele sussurrou, “você tem um minuto?”
Fiquei paralisada. Os passageiros próximos olharam para cima, mas ninguém disse nada. Seu aperto era firme, mas não agressivo.
“Olha”, sussurrei, “se você está tentando me assustar—”
“Não estou”, ele me interrompeu. Sua voz suavizou. “Por favor. Fique sentada um segundo. Eu posso explicar.”
Contra meu melhor julgamento, sentei-me no assento vazio ao lado dele.
“Meu nome é Maddox, como ela disse”, começou ele. “Mas não sou um passageiro qualquer. Trabalho para uma empresa de segurança privada.”
Meu estômago embrulhou. “O que isso tem a ver comigo?”
Ele olhou ao redor antes de continuar. “Há um homem sentado três fileiras atrás de você. Ele foi denunciado pela Interpol. Acusações de contrabando. Homem perigoso. Estou encarregado de vigiá-lo até aterrissarmos. Você… você estava sentado bem na linha de visão dele. Ele está te observando desde que você embarcou. É por isso que eu estou te observando — para garantir que você esteja seguro.”
Fiquei paralisada, tentando processar. Meu peito apertou. “Você está falando sério?”
“Eu não mentiria sobre algo assim.”
Eu queria me virar e olhar, mas ele tocou meu braço delicadamente de novo. “Não chame atenção. Estamos quase pousando.”
O capitão do avião chegou, anunciando nossa descida. Minhas mãos estavam suadas. Cada solavanco no céu parecia que meu coração ia saltar do peito.
Assim que o avião pousou e taxiou até o portão, Maddox se inclinou mais uma vez. “Fiquem sentados quando todos começarem a sair. As autoridades estão embarcando para levá-lo sob custódia.”
O sinal de cinto de segurança disparou. As pessoas ficaram de pé, pegando as bolsas. Meus instintos gritavam para eu fugir, mas fiquei paralisada, com as palmas das mãos pressionadas contra as coxas. Três homens de uniforme escuro embarcaram e se moveram rapidamente para o fundo. Houve uma comoção, alguns gritos baixos e, em seguida, silêncio.
Maddox me deu um aceno tranquilizador. “Tudo certo.”
Os passageiros saíram lentamente. Enquanto eu pegava minha mala, ele ficou ao meu lado.
“Desculpe se te assustei antes”, disse ele, com a voz mais leve agora. “Tive que manter a discrição.”
Soltei um suspiro que parecia estar prendendo desde que atingimos a altitude de cruzeiro. “Bem… você com certeza conseguiu fazer deste o voo mais estressante da minha vida.”
Ele riu baixinho. “Da próxima vez, te devo uma viagem bem mais tranquila.”
Enquanto caminhávamos juntos pelo terminal, perguntei, meio brincando: “Este é seu dia normal de trabalho?”
“Nem sempre”, ele sorriu. “Mas o perigo tem o dom de aparecer onde você menos espera.”
Parei antes de ir em direção à área de retirada de bagagens. “Obrigada… por cuidar de mim.”
Seus olhos se suavizaram. “Esse é o meu trabalho. Mas, sinceramente? Você lidou com isso como um profissional.”
Trocamos um breve aperto de mão — que durou apenas um segundo a mais do que o necessário.
A vida é engraçada assim. Às vezes, o que parece uma ameaça pode, na verdade, ser uma proteção disfarçada.
Nem todo mundo que te encara tem intenção de te machucar. E nem todo momento estressante é o que parece. Às vezes, você só precisa manter a calma e confiar que a ajuda pode já estar por perto, usando um chapéu de cowboy.
Se esta história lhe deu arrepios ou fez você sorrir, não se esqueça de curtir e compartilhar com alguém que adoraria uma boa história de aeroporto! 🚀✨
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