

Eles surgiram do nada — simplesmente se aproximaram da linha das árvores enquanto eu jogava feno perto da cerca. Sem medo, sem hesitação. Como se já tivessem estado ali antes.
O maior tinha uma calma, como se estivesse em guarda. Mas o menor? O pequeno ficava inclinando a cabeça para mim, piscando devagar, como se estivesse tentando me dizer alguma coisa.
Eu ri e peguei meu celular para tirar essa foto: “hoje recebi alguns convidados”, brinquei e até postei com essa legenda.
Mas no momento em que o tomei, algo estranho aconteceu.
O pequeno deu um passo à frente. Bem na direção da cerca. E deixou cair alguma coisa.
No início pensei que fosse uma pedra ou um pedaço de lama.
Mas quando olhei mais de perto, meu coração disparou. Não era uma pedra. Também não era lama. Era um pequeno embrulho de tecido cuidadosamente dobrado. Meus olhos se arregalaram e me vi olhando para ele por um momento, tentando entender o que estava vendo.
O pequeno cervo virou a cabeça para me olhar, depois voltou a olhar para o embrulho. Estendi a mão lentamente através da cerca, meus dedos roçando a madeira áspera enquanto hesitava. O que era isso? Por que o cervo estava me dando aquela oferenda estranha?
Agachei-me e peguei-o com cautela, sentindo o peso nas mãos. Era macio, quase macio demais para algo que tivesse caído na terra. Senti uma leve pontada no peito, como se meus instintos me dissessem que algo estava errado, que havia algo significativo naquele momento.
Desembrulhei o tecido delicadamente e lá dentro, aninhada, estava uma pequena caixa de madeira. Meus dedos tremiam enquanto a abria com cuidado. Lá dentro, encontrei um medalhão de prata. Minha respiração ficou presa na garganta enquanto o examinava. O medalhão não era uma joia comum. Era intrincadamente esculpido com símbolos que eu não reconhecia, e sua superfície tinha um leve desbotamento, sugerindo que já existia há muito tempo.
O veado ficou ali, o maior ainda observando calmamente à distância, enquanto o menor me encarava com aqueles olhos profundos e astutos. Eu não sabia bem por quê, mas sentia como se o veadozinho estivesse esperando algo de mim — como se fosse uma mensagem, um convite para algo que eu ainda não conseguia entender.
Confuso, levantei-me, segurando o medalhão firmemente na mão. Pensei no que fazer em seguida. Deveria tentar segui-los? Deveria entrar e esquecer aquele estranho encontro? Mas algo em mim, algo primitivo, me dizia para prestar atenção. Eu não conseguia explicar, mas a ideia de simplesmente ir embora não parecia certa.
Eu gritei: “Ei, você está… você está tentando me dizer alguma coisa?”
O pequeno piscou para mim e depois virou a cabeça em direção à fileira de árvores, como se me incentivasse a segui-lo. Meu coração disparou ao perceber que os veados pareciam querer que eu os acompanhasse.
Olhei para o medalhão mais uma vez. Não havia nome, nem iniciais. Apenas as esculturas. Eu não fazia ideia do que tudo aquilo significava, mas senti uma profunda curiosidade me consumindo. Talvez não fosse apenas um encontro estranho. Talvez fosse o começo de algo mais.
Sem pensar, coloquei o medalhão no bolso e decidi segui-los.
Caminhei cautelosamente em direção à fileira de árvores onde os veados haviam desaparecido, o som de seus cascos macios triturando as folhas secas à minha frente. A mata era densa e escura, a luz do fim da tarde filtrava-se pelos galhos como raios dourados. Mas havia uma atmosfera sinistra no ar, algo que me arrepiava os cabelos da nuca. Quanto mais eu me aprofundava, mais sentia que algo antigo e misterioso se revelava.
A trilha pela qual me levaram não era longa — talvez uns 800 metros —, mas foi o suficiente para me deixar com uma sensação de admiração e inquietação. Finalmente, cheguei a uma pequena clareira, e no centro dela erguia-se um carvalho enorme e retorcido. Seus galhos se estendiam em direção ao céu, e o chão ao redor estava coberto de musgo e vegetação rasteira densa.
O veado parou perto da árvore, e o pequeno se virou para me olhar uma última vez antes de se afastar em direção à floresta. Fiquei ali, sentindo uma estranha sensação de expectativa. Era como se a própria árvore estivesse me esperando.
Aproximei-me lentamente da árvore, sentindo-me atraído por ela de uma forma quase magnética. Algo me disse para olhar ao redor e, quando o fiz, notei um contorno tênue na terra — uma forma, como se algo tivesse sido enterrado ou escondido ali há muito tempo.
Ajoelhei-me e comecei a limpar as folhas e a terra. No momento em que minha mão tocou o chão, senti um calor estranho, como se a própria terra estivesse viva sob mim. Com um pouco de esforço, descobri uma pequena pedra desgastada pelo tempo, gravada com os mesmos símbolos que eu vira no medalhão. Meu coração batia forte no peito enquanto virava a pedra, revelando um compartimento escondido.
Lá dentro, havia um pequeno pedaço de pergaminho. Desenrolei-o cuidadosamente, meus dedos tremendo enquanto lia as palavras escritas em uma caligrafia elegante.
Para aqueles que buscam a verdade, a jornada nunca é fácil. Mas aqueles que são corajosos o suficiente para enfrentá-la serão recompensados. Siga as placas, pois elas levam a uma verdade mais antiga que o próprio tempo.
Eu não conseguia acreditar no que estava lendo. Uma mensagem? Uma pista? Mas que verdade? Que jornada?
De repente, uma brisa soprou entre as folhas, e olhei para cima e vi o veado maior parado na beira da clareira, me observando em silêncio. O pequeno havia desaparecido, mas sua presença parecia pairar no ar, como um sussurro de algo importante.
Levantei-me lentamente, juntando tudo. Não era um encontro aleatório. Era uma mensagem, um chamado. De alguma forma, eu havia sido escolhido para algo. Mas o quê?
O dia passou rápido enquanto eu voltava para casa, com o medalhão ainda guardado em segurança no bolso. Naquela noite, não consegui dormir. Minha mente fervilhava de perguntas. Por que eu? Por que isso? E o que tudo isso significava?
Na manhã seguinte, acordei cedo, com a mente ainda a mil. Decidi visitar a biblioteca local. Tinha que haver algo que eu pudesse encontrar para explicar os símbolos, a mensagem, tudo. Eu não tinha certeza de onde essa jornada me levaria, mas sabia que não podia ignorá-la.
Ao entrar na biblioteca, fui atraído por uma seção de livros antigos e empoeirados sobre história local, mitos e lendas. Enquanto folheava as estantes, um livro me chamou a atenção. O título era simples: Os Segredos da Floresta.
Puxei-o da prateleira e comecei a folhear as páginas. Ali, enterrada no texto, havia uma história que me arrepiou. Era uma lenda sobre uma antiga ordem de guardiões, protetores de um conhecimento oculto, transmitido de geração em geração. Os símbolos no medalhão e na pedra faziam parte de seu legado — um segredo que estivera enterrado por séculos, à espera de que alguém o descobrisse.
Senti uma repentina onda de compreensão. O cervo, o medalhão, a mensagem — tudo fazia parte de um propósito maior. Não era apenas um evento aleatório. Eu havia sido escolhido para proteger algo importante, algo que havia sido escondido por um motivo.
A reviravolta cármica veio quando percebi que a jornada que eu havia iniciado sem saber não se tratava apenas de descobrir um segredo antigo. Tratava-se de crescimento, compreensão e despertar para a verdade de quem eu realmente era. Eu não estava apenas seguindo placas na floresta — eu estava aprendendo a confiar na minha intuição, a ouvir os sussurros do mundo ao meu redor e a entender que, às vezes, o universo fala conosco das maneiras mais inesperadas.
Com o tempo, juntei as peças da história, e o medalhão se tornou um símbolo da minha própria transformação. O que antes fora um encontro estranho com um cervo curioso me levou a algo muito maior do que eu jamais esperava — uma jornada de autodescoberta, de perceber que as respostas que buscamos muitas vezes estão bem na nossa frente, esperando para serem encontradas.
A lição? Às vezes, os momentos mais inesperados contêm a chave para desvendar uma verdade mais profunda sobre nós mesmos e o mundo ao nosso redor. Confie nos sinais. Ouça os sussurros. E não tenha medo de seguir o caminho, por mais estranho que pareça.
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