Ele voltou durante o meu jogo, mas não sabia o que eu tinha feito enquanto ele estava fora

Ouvi a torcida antes mesmo de vê-lo. Meus companheiros já estavam se virando, alguns ofegantes, outros em pé, mas eu estava concentrado no campo, tentando me manter concentrado. O técnico havia dito foco. “Olhos na bola.” Mas então… vi o uniforme.

Camuflagem. Botas de combate. Aquele andar familiar.

E assim, minhas pernas se moveram sozinhas.

Corri a toda velocidade. Sem pensar. Apenas corri. E quando pulei em seus braços, o mundo inteiro derreteu. Seus braços me envolveram como se nunca tivessem partido, como se os últimos dez meses não tivessem acontecido. Como se eu não tivesse mudado.

Mas eu tive.

Enterrei meu rosto em seu ombro para esconder as lágrimas — e a culpa. Porque enquanto todos aplaudiam e comemoravam como se fosse um reencontro perfeito, meu coração estava preso em outra coisa.

Ele não sabia das mensagens. Das ligações de madrugada. Da única vez em que quase disse “eu te amo” para alguém que não era ele.

Ele pensou que eu esperei.

E eu fiz, na maior parte do tempo. Até que não fiz mais.

Enquanto ele me segurava com mais força, me girando uma vez, avistei alguém do outro lado do campo. Parado sozinho perto das arquibancadas, congelado.

Era Micah.

Aquele de quem eu nunca quis me aproximar. Aquele que sabia que esse dia chegaria.

E pouco antes de me afastar do abraço, meu soldado sussurrou:

“Tenho uma coisa para te perguntar depois do jogo.”

Assenti lentamente, tentando sorrir, mas meu estômago se revirou. Seus olhos brilhavam de excitação, completamente alheios à tempestade atrás dos meus. Tentei não olhar para Micah novamente, mas não consegui evitar. Ele tinha sumido.

O resto do jogo foi um borrão. Meu corpo seguiu os movimentos, mas minha cabeça estava em outro lugar. Cada grito de alegria parecia distante, como se eu estivesse debaixo d’água. Eu sabia o que ele ia perguntar. Tínhamos conversado sobre isso em cartas, em ligações, nos planos que fizemos antes de ele ser destacado. Ele queria o para sempre.

E uma parte de mim também queria isso.

Mas havia aquela outra parte. Aquela que Micah, de alguma forma, havia alcançado. A parte que florescia durante meses solitários e noites vazias. A parte que sussurrava: E se você não for mais o mesmo? E se o amor mudar?

Depois do jogo, o time se reuniu para comemorar, mas meus olhos estavam fixos nele — Noah. Esse era o nome dele. O homem que eu havia prometido esperar. Ele esperava logo depois do campo, com um sorrisinho nervoso e algo no bolso do paletó.

O treinador me deu um tapinha nas costas e murmurou: “Grande momento, hein?” Eu apenas assenti.

Noah me acompanhou até debaixo do grande carvalho perto do campo, o lugar onde ele me beijou pela primeira vez no último ano. Costumava ser o nosso lugar. Agora, parecia uma lembrança na qual eu havia entrado sem pertencer.

Ele pegou minhas mãos e olhou para mim como se estivesse contando os dias só para ver meu rosto novamente.

“Tenho pensado nisso todos os dias desde que parti”, disse ele, em voz baixa. “Todos os dias.”

Eu não falei. Não consegui.

Ele enfiou a mão no bolso do casaco e tirou uma caixinha de veludo. Acho que parei de respirar.

“Sei que a vida tem sido difícil sem mim. Mas quero voltar e construir algo real. Com você. Quer se casar comigo?”

Era como se o mundo tivesse congelado. Os sons, as pessoas, até o vento. Tudo o que eu conseguia ouvir era a batida forte no meu peito e minha própria voz gritando lá dentro.

Não minta. Agora não. Não assim.

Meus lábios se abriram, mas as palavras não saíram. Não as que ele queria.

Em vez disso, sussurrei: “Podemos conversar? Em algum lugar tranquilo?”

Ele pareceu surpreso e assentiu lentamente. Caminhamos até a caminhonete em silêncio. Ele não disse nada enquanto subíamos, apenas ligou o motor e saiu do estacionamento.

Olhei pela janela, com as mãos cerradas no colo. Cada segundo parecia um fio separando o que tínhamos.

Ele estacionou perto do lago, onde costumávamos pescar à noite no verão. Mais um pedaço da nossa antiga vida. Mais uma lembrança tentando se segurar.

“Noah”, comecei, com a voz trêmula, “preciso ser honesto”.

Seu rosto não mudou, mas vi algo brilhar em seus olhos.

“Enquanto você esteve fora… tentei manter tudo igual. Tentei mesmo. Escrevi cartas. Guardei sua foto no meu criado-mudo. Mas foi difícil. E solitário. E comecei a conversar com alguém.”

Ele piscou uma vez e então desviou o olhar em direção à água.

“Conversando?” ele disse calmamente.

Começou assim. Conversas. Depois, ligações tarde da noite. Aí, uma noite… nos beijamos.

O silêncio que se seguiu pareceu interminável. Ele não olhou para mim. Apenas encarou o lago como se pudesse voltar no tempo.

“Você o amava?” ele perguntou, finalmente.

“Não sei”, respondi honestamente. “Talvez uma parte de mim soubesse. Mas outra parte — meu coração — ainda estava com você. Eu estava confusa.”

Ele assentiu lentamente, respirando pesadamente, como se estivesse tentando guardar tudo dentro de si.

“Por que você não me contou?”

“Eu estava com medo”, sussurrei. “Medo de te perder. De te machucar.”

“Você já fez.”

Isso me destruiu.

Lágrimas rolaram quando tentei alcançá-lo, mas ele se afastou. Não com força. Só o suficiente para dizer: Agora não.

“Eu não disse sim”, respondi. “Para o anel. Eu precisava te contar primeiro.”

Isso importou. Acho que sim. Mas não desfez o dano.

Ele colocou a caixa do anel de volta no bolso e ligou o caminhão novamente.

“Preciso de um tempo”, disse ele suavemente. “Eu não te odeio. Eu só… preciso pensar.”

Assenti, emocionado demais para falar.

Ele me deixou sem dizer mais nada. E assim, o reencontro que fez todos aplaudirem terminou em silêncio.

Não dormi naquela noite. Nem na noite seguinte.

O problema da culpa é que ela não se importa com as intenções. Ela te envolve do mesmo jeito.

Não tive notícias do Noah por alguns dias. E durante esse tempo, vi o Micah novamente.

Ele apareceu na livraria onde eu trabalhava, parado perto da prateleira de café como se nada tivesse mudado.

“Eu vi o que aconteceu”, ele disse gentilmente.

“Então você sabe”, murmurei.

Ele assentiu. “Eu sempre soube que ele voltaria. Só não esperava me sentir assim quando ele voltasse.”

Sentamos lá fora, num banco perto do estacionamento. Contei tudo a ele. Como eu não tinha planejado nada disso. Como ele me fez rir de novo quando eu me sentia como um fantasma na minha própria vida. Como eu não sabia mais o que significava amor.

Micah ouviu. Era o que ele fazia de melhor.

“Eu nunca imaginei que você me escolheria”, disse ele. “Mas eu esperava que você se escolhesse. E talvez… um dia… nós.”

Suas palavras ficaram comigo.

Naquela semana, fiquei longe das redes sociais. Eu precisava de silêncio. Precisava ouvir meus próprios pensamentos.

Então, na tarde de domingo, Noah mandou uma mensagem.

“Podemos conversar de novo? Estou pronta.”

Nós nos encontramos no mesmo lago. Desta vez, não houve anéis. Nem discursos.

Ele parecia mais calmo. Triste, mas em paz de certa forma.

“Tenho pensado”, disse ele. “Sobre nós. Sobre quem éramos. E quem somos agora.”

Eu esperei.

“Éramos bons. Muito bons. Mas talvez… estivéssemos destinados a nos distanciar.”

Senti uma estranha mistura de tristeza e alívio.

“Acho que você está certo”, eu disse suavemente.

“Eu ainda me importo com você”, acrescentou. “Mas eu mereço alguém que esperou. E você merece alguém que te faça sentir completa — mesmo quando eu não estiver por perto.”

Nós nos abraçamos — só uma vez, só o suficiente. Então ele entrou na caminhonete e foi embora, deixando para trás um desfecho.

Não é amargura. Não é drama.

Apenas a compreensão silenciosa de que nem todas as histórias de amor terminam para sempre.

Às vezes terminam com “obrigado” .

Semanas se passaram. Depois, um mês.

Micah e eu começamos a caminhar à noite, sem nada oficial. Apenas passos, histórias e silêncio quando precisávamos.

Não houve pressa. Nenhuma grande declaração.

Apenas duas pessoas descobrindo.

E uma noite, enquanto estávamos sentados na varanda dele assistindo ao pôr do sol, ele perguntou: “Então… você ainda está com medo?”

Sorri. “Um pouco. Mas acho que isso significa que estou fazendo certo.”

Porque o amor, o amor verdadeiro, não se trata de timing perfeito. Trata-se de escolher, todos os dias, ser honesto consigo mesmo e com aqueles que você ama.

Não me arrependo de amar Noah.

E não me arrependo do erro que cometi.

Porque me ensinou que as pessoas não são promessas.

São estações.

E alguns deles — como Micah — sentem-se como se estivessem na primavera depois de um longo inverno.

Se você já teve que escolher entre o passado e quem você está se tornando, sabe como é difícil. Mas acredite em mim: vale a pena.

Às vezes, a coisa mais corajosa que você pode fazer é dizer: eu mudei.

E deixe ir.

Se esta história te tocou, compartilhe com alguém que precisa ouvi-la. Talvez essa pessoa também esteja no limite da própria escolha. ❤️

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